domingo, 28 de fevereiro de 2010

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Pensamento do dia

Nunca digas a Deus que tens um grande problema; diz ao teu problema que tens um grande Deus!

(Enviada pela Fátima Silva)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Pensamento do dia

No fim, lembrar-nos-emos não das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos.

Martin Luther King

We Are the World Remake 2010 for HAITI

25 anos após "We Are the World" por África, vários artistas voltam a gravar o mesmo tema, deta vez para angariar dinheiro para ajudar na reconstrução do Haiti.
Uma acção a louvar.
Vamos lá comprar o CD!

We Are The World - Michael Jackson Lionel Richie Cindy Lauper Steve Wonder Bruce Springsteen...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Pensamento do Dia

Tem inimigos? Isso é bom. Quer dizer que, alguma vez na vida, se empenhou em defesa de qualquer coisa.

Winston Churchill

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Ecologia do pântano, J César das Neves

Mais um excelente artigo do Dr. João César das Neves

DN 2010-01-02

Para explicar a actual situação, a tese dominante na população portuguesa é que ela se deve à má qualidade da classe política. É por nos faltar um líder à altura, dizem muitos, que estamos assim. Essa tese é evidentemente falsa. Pode até dizer-se que ela afirma precisamente o inverso da realidade. Não é por ausência de bons políticos que estamos em crise. É por estarmos em crise que faltam bons políticos.
O Eng. Guterres fez uma das mais sagazes análises da história nacional quando a 16 de Dezembro de 2001 disse que se demitia para "evitar que o país" caísse "num pântano político". Foi para o pântano que o seu mandato nos conduziu e é no pântano que temos estado desde então. Ora num atoleiro nunca se encontram leões. Quem quer ver animais nobres tem de ir a outros lados. No charco só existe o tipo de batráquios que nos tem governado estes anos.
Existem hoje muitos excelentes políticos em Portugal. Pessoas capazes, conhecedoras da situação, com poder de análise, acção e liderança. Mas, precisamente por serem boas, não entram em acção nas actuais condições. Nos graves momentos da nossa história, nunca faltaram pessoas de qualidade. O que por vezes falta é oportunidade para eles actuarem. E não os devemos acusar de cobardia ou falta de patriotismo. A sua decisão é razoável. Se um leão entrar num pântano, não muda a situação e só se suja a si mesmo. A culpa não é do leão. É do pântano.
Temos, aliás, prova disso. Referindo apenas os dois factos mais marcantes e as pessoas neles mais simbólicas destas décadas, vemos que na implantação da democracia após 1974 fomos claramente dirigidos por Mário Soares e na adesão à Europa depois de 1986 por Cavaco Silva. Goste-se ou não, temos de admitir que foram pessoas à altura das responsabilidades e conduziram com sucesso o País em momentos decisivos.
Mas nós hoje não temos um problema. Somos o problema. Por isso não andamos em busca de uma solução. A resposta para as nossas dificuldades é evidente há anos. O que tem faltado não é o caminho, mas vontade para o percorrer. Se aparecer um líder que nos indique o rumo, ele será geralmente desprezado. Aliás, foi isso mesmo que aconteceu.
Houve uma pessoa que, depois da podridão em que nos introduziu o delírio dos anos Guterres, conseguiu por momentos estancar e inverter o descalabro. A ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, goste-se ou não dela, presidiu aos únicos anos dos últimos 15 em que o défice da balança externa se reduziu e o endividamento nacional foi amortecido. Mas, quando ela se atreveu a apresentar-se como candidata a líder, foi recebida exactamente com a mesma atitude que o leão enfrentaria se descesse ao pântano.
Nós não precisamos de bons políticos. Precisamos de vontade para tomar os remédios amargos que eles nos indicariam. Infelizmente temos preferido a embriaguez dos eflúvios pantanosos. Enquanto apodrecermos na lama, veremos a zoologia que escolhemos.
Quais são os tais remédios amargos? Para o caso de ainda haver alguém com dúvidas, é fácil descrevê-los. O pântano guterrista é apenas o país em que sempre habitámos, mas agora alagado em dívida. E o caminho para fora desse atoleiro é bem conhecido. Basta apertar o cinto e adquirir hábitos de consumo mais adequados às nossas posses. Não é preciso apertar muito, porque já somos um país rico. Mas temos de cortar. A crise internacional força grande parte dos nossos cidadãos a isso. Todos os que trabalham em empresas concorrenciais sofrem na pele essa necessidade, que é gritante nos muitos que caem no desemprego. O sol seca o pântano.
Essa é a parte fácil. O obstáculo está nos muitos que vivem de fundos públicos. Políticos, mas também pensionistas, subsidiados, funcionários, professores, médicos, polícias, militares, construtoras, concessionárias e tantos outros, pagos por impostos, não só não perderam com a crise mas até ganharam na deflação. Essa é a base do problema orçamental, face visível do pântano. Habituados à vida anfíbia, esses até sonham com leões, mas recusam abandonar o paul.

naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt